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Série China: que são as “TaoBao Villages” e como elas estão transformando vilas rurais na China unindo inovação e pequenos negócios.

A economia chinesa tem se tornado cada vez mais digital, hoje 40% do PIB chinês vem da economia digital e para 2027 espera-se que esse valor chegue a 50%. Observando a partir de outros números, existem mais celulares smartphones no país do que pessoas. Isso fez com que 6 em cada 10 chineses usassem a internet na sua vida cotidiana e 64% da população fizessem cada vez mais coisas nas redes sociais. 

Afinal, por lá existem os mega apps, que são aplicativos como o wechat que possuem no seu ecossistema desde locais para conversar até espaços para delivery. Essas plataformas digitais são enormes e cada vez mais utilizadas, colocando todo o processo produtivo local em centros urbanos dentro dela. Uma das maiores plataformas desse tipo é a Alibaba, que é dona da Taobao. Essa empresa trabalha principalmente como “business to consumer” ou “consumer to consumer”.

Com o crescimento nas zonas urbanas, foi natural que em pouco tempo a ideia também se espalhasse para as zonas rurais do gigante asiatico, visto que 40% da população chinesa vive nessas regiões. São nesses espaços rurais que também existe uma enorme desigualdade da vida cotidiana e conhecida mundialmente da China. Assim o próprio país tem pensado em distintas formas de se trabalhar políticas públicas de combate a pobreza e as desigualdades. 

Nesse sentido e como forma de fazer o comércio eletrônico se transformar em palanques de crescimento  inclusivo, surgiram as “aldeias taobao”. Mas o que são essas aldeias? São pequenos encontros de comerciantes locais que utilizam as ferramentas digitais para vender aquilo que produzem localmente, ou seja, são clusters locais digitais. 

O comércio eletrônico permitiu que os moradores rurais vendessem produtos agrícolas, artesanato e manufaturados, abrindo lojas nessas plataformas digitais, principalmente a Taobao. Uma aldeia Taobao, utiliza essas aplicações digitais com o intuito de dinamizar a economia de regiões rurais, que são as regiões mais pobres da China, os comerciantes, por exemplo, devem ser residentes da aldeia e realizam negócios ali. 

Essas aldeias vão receber certos incentivos, principalmente do trabalho em conjunto entre o setor público e o privado. Portanto, quando uma região, vila ou cidade tem mais de 10% das residências relacionadas com o comércio eletrônico e mais de 100 lojas digitais ativas na plataforma taobao, que são necessariamente operadas por residentes dessa região, criam-se essas aldeias digitais, que conta também com o apoio do governo local ou regional para se desenvolver. 

A ideia é um trabalho entre o público e o privado para levar novas ferramentas de trabalho para o desenvolvimento econômico e social de regiões mais pobres. Para se ter uma ideia da proporção que essas aldeias tiveram nas regiões rurais chinesas, em 2013 eram 20 aldeias e em 2020 já eram mais de 5000 espalhadas por todo o país. Após 10 anos, o modelo da Taobao Villages alcançou escala para beneficiar cerca de metade da população rural total na China.

As vendas totais geradas pelas Taobao Villages – e Taobao Towns, que são municípios rurais de maior escala que implantam o mesmo modelo de Taobao Village – totalizaram 99,4 bilhões de dólares nos 12 meses encerrados em junho de 2019. Isso impactou diretamente vilas e regiões pobres do país, melhorando as condições econômicas e criando empregos.

Autor:

Alan da Silveira

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